A CHINA E O ARROZ
23/05/2024                    																				
Roberto Kawasaki
										
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			 2022  | 
			
			 2023  | 
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			 Movimento  | 
			
			 Exportação  | 
			
			 Importação  | 
			
			 Saldo  | 
			
			 Exportação  | 
			
			 Importação  | 
			
			 Saldo  | 
		
| 
			 China  | 
			
			 89.427  | 
			
			 60.744  | 
			
			 +28.683  | 
			
			 104.324  | 
			
			 53.175  | 
			
			 +51.149  | 
		
| 
			 EUA  | 
			
			 37.437  | 
			
			 51.304  | 
			
			 -13.867  | 
			
			 36.915  | 
			
			 37.958  | 
			
			 -1.043  | 
		
| 
			 Argentina  | 
			
			 15.344  | 
			
			 13.099  | 
			
			 +2.245  | 
			
			 16.712  | 
			
			 11.997  | 
			
			 +4.715  | 
		
| 
			 Brasil  | 
			
			 334.136  | 
			
			 276.610  | 
			
			 +57.526  | 
			
			 339.695  | 
			
			 240.792  | 
			
			 +98.903  | 
		
Quadro – Comércio Exterior Brasil – Principais países – US$ Milhões FOB/ Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
No quadro acima, com dados oriundos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Secretaria do Comércio Exterior, trago a movimentação do Comércio Exterior do Brasil, em termos de Exportação, Importação e Saldo anual de 2022 e 2023, envolvendo os maiores parceiros comerciais do Brasil, a saber: China, EUA e Argentina. Tudo isso, para contextualizar um debate inútil que li nas redes sociais, a respeito do arroz brasileiro e eventual arroz chinês. É fundamental analisar o Comércio Exterior dos últimos dois anos, para não concluir erros absurdos. Vejam bem.
Em primeiro lugar, não podemos menosprezar tampouco desmerecer nosso principal cliente e fornecedor: China. Observem no quadro, que a China além de ser nosso principal parceiro comercial no mundo, é devedor ao Brasil. Aliás, seu déficit comercial em relação ao Brasil aumentou de 2022 para 2023. Portanto, não podemos criticar uma eventual importação de arroz da China. O nosso saldo é muito positivo. Em segundo lugar, ao se analisar os EUA, nosso segundo principal parceiro comercial, de 2022 para 2023, nosso déficit comercial caiu, o que é muito positivo.
Em terceiro lugar, ao se checar as contas comerciais com a Argentina, nosso terceiro principal parceiro comercial, se verifica que nosso saldo superavitário mais que dobrou de 2022 para 2023. Finalmente, em quarto lugar, e o mais importante, o saldo da Balança Comercial do Brasil com o mundo em 2022 de 61 bilhões de dólares, subiu para mais de 98 bilhões de dólares. Tudo isso evidencia que nossa situação comercial com o mundo tem melhorado nos dois últimos anos. Portanto, não há que se preocupar com importação/ exportação, consumo de arroz, do Brasil, leia-se Rio Grande do Sul e a China. Temos superávit de mais de 98 bilhões de dólares.
De mais a mais, a subida do preço do arroz é mais do que natural, pela eterna Lei da Oferta e Demanda. Seja porque o consumidor fica preocupado em eventual falta de arroz nas gôndolas dos supermercados, e antecipa suas compras de arroz, o que provoca uma demanda maior de arroz a curto prazo, em circunstâncias muito ruins a médio prazo, com safra futura do arroz que será prejudicada pela tragédia climática no Rio Grande do Sul, e porque o Governo Federal, para proteger o consumo futuro de arroz, precisa ter estoque regulador de arroz para evitar falta e preços maiores. Agora, é preciso muito cuidado em ficar atacando nosso principal cliente comercial no mundo e nosso mais importante fornecedor do mundo.
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